MÚLTIPLAS PERSONALIDADES.

A premissa central deste artigo é a de que a 'personalidade" é um conjunto de comportamentos. Diante dessa tese podemos encarar a questão de pessoas com personalidades múltiplas como sendo indivíduos com conjuntos de comportamentos caoticamente dispostos.
Em certa medida, todos têm a experiência cotidiana da dissociação. Trata-se de criar diferentes "eus" para executar diferentes funções ambientais. Tomemos como exemplo o pai de familia amoroso que, para poder trabalhar como policial sem pôr em risco sua vida, precisa revestir-se de rispedez e agressividade.
Dizemos, então, que esse sujeito tem o seu Self organizado em ao menos duas classes distintas de comportamentos. "Eu-em-casa e Eu-no-trabalho (o que não significa ausência de conflitos e confusões entre essas distintas experiências no mundo).
Em tese, o paciente psiquiátrico portador do Transtorno Dissociativo de Identidade (ou TDI, outrora chamado de ("Transtorno de Personalidades Múltiplas") seria a pessoa que, por uma problemática formação da noção de Self, não consegue entender que os diferentes "eus" que se formam por dissociação (ou seja, diferentes classes de comportamento) estão na verdade, todos integrads em si mesmo. partindo daí, entende que cada um de seus eus é na verdade uma pessoa inteiramente distinta. È comum relatos de possessão demoníaca, mediunidade ou amnésia seletiva em pessoas com esta condição clínica.
O caso Sybil certamente é o mais famoso, tendo rendido um filme de mesmo nome bastante ilustrativo.
Sybbil seria portador do TDI por causa de abusos na infância associado à esquizofrenia na adolescência.
Para cada situação social de conflito ou tensão (medo, inveja, carência, etc.) Sybil havia criado um Eu- Substituto capaz de resolvê-lo, uma vez que entendia que ela mesma não daria conta dos problemas.
A TDI é uma condição ainda cercada de mistérios e desacreditada por muitos. Afinal, a existência das ditas "personalidades múltiplas" tem sua veracidade atestável apenas com comportamento públicos dos portadores, e poderia ser explicável por surtos psicóticos "comuns".
Seja como for, a TDI, real ou não, nos adverte que sendo a personalidade um conjunto de comportamentos, ele indelevelmente se dividirá em subconjuntos. Manter essas classes de comportamento organizados num todo coerente e sadio é indispensável para uma vida feliz e saudável.
Análise: Revista PsiqueCiência&Vida.

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