FANTASIA, PRAZER, PERVERSÃO E ALGO MAIS.

Em 1919, Freud publica Uma criança é espancada, contribuindo para o estudo da gênese das perversões sexuais. Este trabalho complementa a cogitação iniciada nos Três ensaios sobre a teoria da sexualidade, polêmico texto de 1915. No trabalho de 1919, uma série de reflexões são propostas pelo autor: se a idéia infantil de ser espancada estaria presente na mente da criança por uma fantasia (independente de uma vivência real), ou se tais pensamentos estariam ali, baseados em experiências vividas por ela. Freud propõe que uma característica particular da fantasia é ter, em si, sentimentos de prazer relacionados com ela e, por isso, a necessidade da reprodução repetitiva e a confunsão com a própria realidade. Esse ensaio revela a dificuldade de reconhecer a fidelidade da informação, de que o paciente neurótico realmente pode ter sido espancado quando criança, ou se a informação teria sido fruto de uma imaginação infantil.
FONTE: Revista psiqueciência&vida.