MENTE, PSICOLOGIA E PSIQUIATRIA.



De início, precisamos fazer algumas distinções básicas a respeito do papel da Psicologia e da Psiquiatria em relação ao processo psicoterápico.
Cabe aqui informar que ambos se caracterizam como fazeres distintos, embora pareçam tratar os mesmos tipos de problemas. O senso comum, e às vezes, os próprios psicólogos têm a visão de que o psiquiatra cuida do nosso corpo e o psicólogo da nossa mente, como se estas fossem duas coisas distintas. Ora, que as drogas que o psiquiatra utiliza modificam o cérebro das pessoas parece ser uma afirmação razoável para todos, mas teria a psicoterapia este mesmo efeito? Enquanto o psicólogo está falando com o paciente, estaria ele também modificando o seu cérebro? E neste caso, seria a prática psicólogica uma prática biológica? Parece que sim (LANDEIRA FERNANDEZ, CRUZ, A.P.M., 2000).
Nos últimos anos, pesquisas analisaram a eficácia da psicoterapia comparando-o com o tratamento farmacológico. Os dados obtidos apontaram para resultados que corroboram o valor da psicoterapia como um fazer biológico: além de ambas as formas de intervenção, psicoterápica e farmacológica, conseguirem resultados positivos muito semelhantes no tratamento, elas também provocaram alterações nas mesmas estruturas cerebrais, o que nos leva a concluir que tanto a prática psiquiátrica quanto a psicológica produzem efeitos sobre o cérebro. O papel das drogas psicotrópicos e da psicoterapia seria essencialmente o mesmo: ambas atuariam modificando o padrão de transmissão sináptica do cérebro e consequentemente alterando comportamentos e crenças (ibdem), são essas MODIFICAÇÕES CEREBRAIS que a psicopedagogia usa em relação ao seu paciente com dificuldade de aprendizagem, usando estímulos para que haja desejo de aprender! comentário feito por (MÔNICA DE PAULA, 2011).
Nestes termos, a prática psicológica é uma prática essencialmente biológica. Quando o psicólogo está falando com o paciente, ele está de alguma forma alterando o seu cérebro, e com isso alterando suas crenças e comportamentos.
Torna-se cada vez mais difícil sustentar uma posição dualista acerca da atividade psicólogica.
Já não há como duvidar que no momento em que alteramos o cerébro também alteramos a mente, que sem o cérebro não haveria mente alguma!
Parece ser razoável dizer que: quando estamos sob efeito de álcool perdemos algumas de nossas capacidades cognitivas e, graças aos estudos do cérebro, agora podemos afirmar com grande grau de assertividade que isto se dá porque o álcool age diretamente nos níveis de neurotransmissores do cérebro, por isso nossos sentidos ficam alterados,. Inúmeros outros experimentos vêm cada vez mais a corroborar esta posição, mas há um ponto que precisa ser levantado.
Eduardo Benkendorf é graduado em Psicologia e aluno-pesquisador do grupo de pesquisa Filosofia da Mente e Ciência Cognitivas.CNPq.
Nivaldo Machado é doutor em Filosofia, professor universitário e coordenador do grupo de pesquisa Filosofia da Mente e Ciência Cognitivas.CNPq.

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