DIAGNÓSTICO ERRADO! O diagnóstico baseado na atividade neurólogica permite evitar a adoção de um tratamento equivocado e a consequente perda de tempo e dinheiro para o paciente.

Leonardo Mascaro é psicólogo especializado em nerofeedback nos EUA e Mestre em Neurociência pela USP, ela gosta de citar um caso, que já mencionou em coluna anterior, de um menino que foi encaminhado pela escola. A criança estava com 11 anos de idade e trazia um histórico de mau desempenho escolar e de problemas ligados a comportamento e atenção em aula. A mãe, já desesperada, depois de tentar aulas particulares e trabalho de acompanhamento com psicopedagoga, havia procurado um psiquiatra que, então, diagnosticou a criança como portadora de Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH).

Logo que chegaram ao consultório, a mãe discorreu extensamente, sobre sua preocupação em medicá-la (o psiquiatra havia receitado ritalina, já que achava "um pecado medicar uma criança já tão cedo".

Depois de ouvir a mãe do paciente e colocar os eletrodos na cabeça da criança, observou a atividade neurólogica em curso. Imediatamente pode ver a natureza de seu comprometimento, sem ainda mencionar nada, perguntou à mãe como foi o parto da criança, disse que houve complicações no parto e, em função da demora, o recém nascido, por privação de oxigênio, desenvolveu um quadro conhecido como anóxia.

Isto , explica tudo e, mais importante, confirmava o que naquele  momento, observava na tela do computador, enquanto lia a atividade neurológica do menino.

A criança não era portadora de TDAH, mas , sim sofria as consequências de um histórico de anóxia no parto, uma condição que afeta os lobos frontais prioritariamente, levando a um quadro clínico quase idêntico ao de Déficit de Atenção.
E o tratamento, neste caso, certamente não é por ritalina, mas, sim, por treinamento neurológico, para recuperação da função neural e, por tabela, das funções cognitivas e comportamentais envolvidas.