COMO É DIFÍCIL LIDAR COM O NOVO!


Nossa! como é difícil lidar com o novo, como é difícil sair da zona de conforto.
No dia 16 de setembro de 2008, recebi na clínica um adolescente de 12 anos, cursando o 5ºano, rotulado como disléxico, sem saber reconhecer palavras simples, meu DEUS!!! o que eu vou fazer?
O caso era muito complicado, a mãe doente mental, o pai um senhor de 85 anos, por onde começar?
Enfim, vamos lá o que eu não posso é desistir dele.
No começo da terapia percebi que a sua maior habilidade era desenhar, pois ele desenha maravilhosamente bem.
Como  não poderia fazer parceria com a mãe por ser doente mental, fui falar com o pai, mesmo idoso ele é muito responsável com o filho, até me supreendi com tantos cuidados.
No começo do tratamento o que mais me chocou foi quando o paciente me disse que ele achava que nunca mais aprenderia e que tinha perdido as esperanças de ler e escrever. Suportei firme o meu espanto no momento, afinal só 12 anos.
Pois várias vezes eu fiz ele repetir a seguinte frase "VOCÊ VAI LER E ESCREVER", VOCÊ TEM POTENCIAL, VOCÊ CONSEGUE, EM TOM ALTO ELE REPETIA A FRASE POR TRÊS VEZES nas sessões.
Muitos estímulos de leitura e escrita, muitos jogos foram realizados neste tempo de vínculo terapêutico.
Teve um certo momento que optei pelo acompanhamento neurológico, pois sua memorização era prejudicada e Graças a DEUS, a medicação fez muito bem, infelizmente nem sempre essas medicações dão certo, mas tudo nessa vida corremos riscos.
Hoje meu paciente lê e escreve, tem dificuldade com palavras complexas, ortografia, mas apresenta melhoras.
Aos 14 anos consegue ler a lista de mercado de sua mãe, anda de transporte coletivo, sabendo ler o letreiro e os endereços que precisa ir, tem grande desejo de estudar engenharia civil ou arquitetura, lembrando que a sua melhor habilidade é o desenho!
O mais importante de tudo foi não ter desistido dele, fico muito emocionada quando ele diz que se não fosse eu nada disse teria acontecido na vida dele, pois eu respondo "Agradeça a DEUS, a GLORIA é dele", meu fofo.
Monica
Psicopedagoga

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