DJ Sidney Brandino considerado uns dos mais criativo e talentoso no mundo da música eletrônica.

 


    No dia 08 de fevereiro recebemos o ilustre DJ Sidney Brandino para falar sobre suas experiências na música eletrônica, considerado uns dos DJs mais criativo e contemporâneo dos últimos tempos, Sidney vai falar sobre sua trajetória nesse universo incrível onde a música eletrônica nos possibilita a conhecer vários ritmos musicais.

     Sidney quais foram os motivos para torna-se DJ? 

    Desde criança sempre gostei de música, cresci em um ambiente musical. Nas festas realizadas na casa da minha avó, o meu tio era responsável pela montagem de som e repertório musical, nessa época eu ficava observando ele tocar e ajudava na seleção musical, ele até me deixava tocar. A festa era regada de música boa, como, Black músic, Samba rock, Soul music, Funk e House Music. São boas lembranças que tenho da minha infância, no qual sinto saudade até hoje.  

    Fale sobre sua formação e seus conhecimentos. 

     A minha formação como DJ, foi construída através da música negra e até hoje, estão presentes nos meus sets. Além do meu tio, tive outros fatores que me levaram para a cultura de Disk Jockey. Que foram as rádios, no qual escutava os programas de black music, house e drum and bass, no qual me trouxeram boas referências musicais. As baladas contribuíram muito na minha formação, fiz amizade com os DJs, ficava observando as viradas, chegava em casa, pesquisava sobre aquela vertente. 

    Explique melhor essa trajetória.

      Primeiro me tornei pesquisador musical, eu tinha um gosto musical bem diferente dos meus amigos. Eu ficava treinando no virtual dj, porque naquela época não tinha condição de comprar um equipamento profissional de DJ. Estava cursando a faculdade e o que ganhava no estágio, usava para o estudo. Mas não deixei de sonhar, de buscar conhecimento e de fazer network. Nunca fiz curso, aprendi na raça e com amigos que me ajudaram muito, hoje em dia temos muitos vídeos tutoriais no YouTube, mas antigamente não tinha nada disso. Com o passar do tempo, comprei meu primeiro equipamento, fui chamado para fazer parter de uma rádio de Black online e tinha a minha própria programação e isso me motivou muito. Tive uma excelente escola, até chegar na House music.

  Quem são os seus ídolos no mundo da música eletrônica? Porque?

     São tantos que é difícil até de escolher (risos). Mas vamos lá: Frankie Knuckles que é o pai da House Music, Louie Vega, DJ Spen, Terry Hunter, Emaculate, Demuir, DJ Terrence Parker, Carl Cox, Black Coffee, Opolopo, Atjazz, Crackazat, Dego & Kaidi, Mike Dunn, Dave Lee, Dimitri from Paris, Dr. Parker, Mousse T, DJ Spinna, DJ Grandmaster Flash, DJ Jazzy Jeff, DJ Angelo, DJ Craze, DJ Patife, DJ Marky e outros. São referências, que estão na minha playlist. O que me deixa feliz, é que tem muita representatividade negra e musicalidade.

 O que você diria para os jovens que tem interesse de  torna-se um  DJ? 

    Primeiramente assistir o documentário Pump Up The Volume, que conta a história da House Music, Construir o hábito de pesquisar musicas, fazer o curso de DJ, estudar, treinar e fazer network. São ingredientes infalíveis.

  Quais foram as dificuldades enfrentadas nesse meio musical? Há preconceitos?

   A grande dificuldade que eu tive, foi a falta de recursos, na época estava fazendo faculdade, a mensalidade era alta. Eu não tinha dinheiro para comprar equipamentos e fazer o curso de DJ. Nessa época não tinha canais no YouTube para DJs iniciantes. Aprendi tudo na raça e sem recursos, comprei o primeiro equipamento depois que me formei. Outro fator desanimador é a falta de oportunidades.  

    Infelizmente já sofri preconceito. O racismo no Brasil é velado. O DJ afrodescendente, é sabotado o tempo todo, isso é triste porque percebo que isso é geral, conheço diversos DJs pretos e pretas que tocam bem, mas não conseguem boas oportunidades. Quando observamos as agências de DJs, os DJ’s mais famosos do momento, as grandes festas.

     Reflexão:  Quantos DJs preto fazem parte do time? Dá para contar nos dedos e isso é muito triste. A origem da House Music aconteceu através e para pessoas pretas, latinos e LGBTQIA+ em Chicago, essa mistura de Disco, Soul e muitas outras referências sonoras, foi criada por DJs e produtores pretos. E não temos tantas oportunidades. Graças a Deus tenho alguns amigos, que enxergam talento, não a cor de pele e me deram oportunidade, para expressar a minha arte.  

    Qual é a sua opinião referente as mulheres no mundo da musica eletrônica " AS DJs"

     É um papel muito importante e essencial para cena. Sempre coloco no line up das minhas festas. Temos DJs Mulheres talentosíssima, que merecem cada vez mais espaço e estar no TOPO. 

     Para encerrar : Descreva os sentimentos em relação a música eletrônica.

     House Music All Life Long e House is a feeling.  

      Quer conhecer o trabalho do DJ Sidney ?   

    Sou Produtor de eventos de House Music, tenho como Labels: Shakedown Party, que é uma festa inspirada nas festas de House Music de New York. Que tem como conceito musical, Broken Beat & Nu Jazz, Classic House, Deep House, Disco House, Funky House, House, Grooves, Jackin’ House, Jazz House, Nu Disco e Soulful House. A festa tem parceria mensal, com o Café Hotel Bar, que fica localizado em Pinheiros, na rua Amaro Cavalheiro, n 22, São Paulo. Nós fazemos o melhor happy hour da região. 

     Festa 2000 Wolts, que é uma festa de House dos anos 2000. No qual faço junto com meus amigos Brenno Gurgel e Eric C. A 2000 Wolts tem um público mais adulto, que adoro Flash House. Nós fazemos no Telefone Speakeasy, que fica na rua Haddock Lobo, n 60, São Paulo. 

     OLD99 Sunset, no qual sou sócio e faço junto com meu amigo Noni Manfredinni. É uma festa linda, regada de House Music e com um público, que gosta de música boa. Nós fazemos no Sphera Rooftop, onde era o Carat Restaurant, no qual tive o privilégio de ser DJ residente.  

    Sou DJ residente do High Line Bar, que fica na Vila Madalena. Sou responsável pelo Sunset no Sábado. Além dessas labels e residências, estou montando uma outra label de Afro House.

 Breve novidades: Instagram : djsideneybrandinooficial 

 Por Mônica de Paula Silva - Escritora e Jornalista.

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