PROFISSÃO DE RISCO! Professores, mais do que risco aparente, o estresse é resultado da percepção que o indivíduo tem da profissão.


RAD, 42 anos, educador de escola pública, há 20 anos, conta que o estresse foi avassalador em sua vida profissional. Em 2000, foi obrigada a se afastar de suas funções e passar por tratamento psicológicos, ao mesmo tempo, que voltou à atividade em uma atribuição readaptada, na qual permanece até hoje, algo que ocorre com centenas de professores pelo Brasil.
"Comecei ficar verbalmente agressivo, depressivo e não queria mais sair de casa. Quando me afastei, estava a ponto de bater em alunos, não tinha mais paciência e não aguentava qualquer palavra de ironia. Comecei, então, a me tratar com um psiquiatra e um psicólogo e arcar com o custo, pois no hospital do servidor público, a fila de espera é grande, conta.
A perícia médica avaliou que o educador não podia mais ter o convívio direto e frequente com alunos. "Quando chegamos a esse ponto, nos remanejam a funções administrativas ou na bibliotecas", diz.
RDA afirma que o dia a dia do professor é muito cansativo, pois precisa lidar com situações de violência verbal e psicólogica. " Os xingamentos e as ameaças à integridade à vida começam a virar algo comum. Ao mesmo tempo, para poder ter um sálario que nos mantenha, é necessário pegar carga horária com muitas aulas", relata o professor. Essa situação implica em se deparar com diversos alunos diferentes. "Daí, nós trabalhamos de manhã, à tarde e à noite, em salas superlotadas. Algo que gera trabalho demasiado, intensidade de lições para corrigir, inclusive aos finais de semana", desabafa.
Na avaliação de RAD, nos últimos anos, também é crescente falta de interesse por parte de alunos de escolas públicas em estudar. "Nós, educadores, nos sentimos humilhados, depreciados. Muitas vezes, a escola acaba virando depósito de jovens indisciplinados e delinquentes e isso acarreta problemas sociais", diz.

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