ABUSO SEXUAL INFANTIL!


Com o objetivo de disponibilizar mais dados que contribuam para o conhecimento dessa realidade, o médico Antônio Carlos Alves Cardoso desenvolveu o estudo "Maus-tratos infantis: estudos clínico, social e psicológico de um grupo de crianças internadas no Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da FMUSP".
A pesquisa de Antônio mostra que, nos últimos anos, a notificação de crianças submetidas a maus tratos aumentou. Isso poderia ser um bom dado, porém, ele explica que ainda é difícil avaliar se o aumento reflete a maior preocupação aliada ao maior conhecimento do assunto, o que implica em mais diagnóstico, ou o maior número de agressões.
De qualquer forma, o estudo aponta quais fatores podem contribuir para um real aumento na incidência de agressões. Entre eles, o incremento da violência entre as populações, estimulada pelo aumento da pobreza com consequente piora do padrão de vida, maior exposição ao estresse, principalmente nos grandes centros, mais facilidade de acesso a drogas e disseminação da violência pela mídia.
Segundo o especialista, entende-se por maus-tratos infantis um grupo de fatores ou uma situação de abuso à criança. Existem várias modalidades para esses maus-tratos: abuso físico, abuso sexual, abuso psicológico, negligência e a síndrome de Munchausen: uma doença psiquiátrica em que o paciente, de forma compulsiva, deliberada e contínua, causa, provoca ou simula sintomas de doenças, sem que haja uma vantagem óbvia para tal atitude que não seja a de obter cuidados médicos e de enfermagem.
A negligência, segundo o especialista, é o tipo de agressão mais frequente. No entanto, é o que apresenta maior dificuldade para ser definida. "Esta dificuldade para ser de fato de não haver total acordo sobre a medida do que é adequado para uma determinada criança. Para reconhecimento da agressão, necessita-se de profissionais experientes para estabelecer o padrão de inabilidade ou falta de vontade dos pais ou responsáveis para prover à criança as necessidades mínimas aceitáveis", diz.
Como consequência desse tipo de maus-tratos, Antônio esclarece que as crianças podem apresentar subnutrição, alteração do desenvolvimento neuropsicomotor, alteração do desenvolvimento pondo-estatural, queimadura, ferimentos por falta de supervisão, falta de higiene, dificuldade de linguagem, hiperatividade, déficit de concentração, etc.
Quando a negligência é emocional, também chamada de abuso psicólogico, ela compreende a deterioração do ambiente interpessoal da casa e induz alguns aspectos negativos na criança em relação ao senso de segurança física e emocional, aceitação, autoestima, consideração e autonomia. "Embora haja pouco consenso sobre a definição, a negligência emocional tem sido, na prática, considerada como falta de responsabilidade e de 'calor' materno ou, ainda, a falta de consistência e predeterminação no trato com a criança, especialmente no plano disciplinar", explica.
FONTE: Agência Notisa de Jornalismo Científico

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