ANALFABETOS EM MATEMATICA!


 O segundo Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional, divulgado pelo Instituto Paulo Montenegro, revela que 3% da população brasileira são analfabetos absolutos em matemática, não dominando habilidades mais simples como ler o preço de produtos ou anotar o número de um telefone que lhe foi ditado. O brasileiro tem mais facilidade em ler números do que palavras. A instituição sem fins lucrativos vinculada ao Ibope apresentou os resultados que mede a habilidade matemática do brasileiro em todo o País.
O resultado mostra que o brasileiro se sai melhor em matemática do que na interpretação de textos. Em 2001, quando o INAF mediu a habilidade do brasileiro em relação à Língua Portuguesa, descobriu-se que 9% da população são analfabetos absolutos.
Para a maioria da população, matemática representa o "bicho-papão", como explica Márcia Cavallari. "Perguntamos às pessoas como elas se autoavaliavam e 51% disseram ter dificuldades em calcular." Mediu-se a habilidade de cálculo da população por meio de uma pesquisa realizada em parceria do Ibope Opinião e a ONG Ação Educativa. Realizada entre 23 e 28 de novembro, com 2 mil pessoas entre 15 e 64 anos de idade, a pesquisa é representativa da população rural e urbana, referindo-se a um universo de mais de 110 milhões de brasileiros.
O estudo também aponta grandes desigualdades em relação às oportunidades de aquisição e utilização de habilidades matemáticas funcionais. Apenas 21% da população pesquisada atingem o domínio pleno das habilidades medidas no teste. De acordo com Vera Masagão, secretária-executiva adjunta da Ação Educativa, o principal fator para a desigualdade é o nível de escolaridade do entrevistado. "Só pessoas com oito ou mais anos de escolaridade atingiram os níveis mais sofisticados do teste", comenta.
As pessoas no nível 1 de alfabetismo matemático correspondem a 32% da população brasileira. Elas acertam as tarefas de leitura de números de uso freqüente em contextos específicos: preços, horários, números de telefone, instrumentos de medida simples como relógio e fita métrica. É capaz de anotar o número de telefone ditado por alguém, ver as horas no relógio de ponteiros, consultar o calendário.
Os entrevistados classificados no nível 2, 44% dos brasileiros, demonstram dominar completamente a leitura de números naturais, independente da ordem de grandeza, e são capazes de ler e comparar números decimais que se refiram a preços, contar dinheiro e fazer troco. Também são capazes de resolver situações envolvendo operações usuais, de adição e subtração, com valores em dinheiro, e mesmo situações que recaiam em uma multiplicação, quando não conjugada a outras operações. A maioria recorre à calculadora na execução dos cálculos envolvidos nas tarefas.
O que distingue o desempenho dos entrevistados classificados no nível 3, que representam 21% dos brasileiros, é a capacidade de adotar e controlar uma estratégia na resolução de problemas que demandam a execução de uma série de operações. Este grupo executa tarefas envolvendo o cálculo proporcional (se o metro da fita custa R$ 2, quanto custará 80 cm da fita?). Ele também demonstra certa familiaridade com algumas representações gráficas como mapas, tabelas e gráficos.
Homens x Mulheres
Os homens tiveram uma média de acerto nos cálculos matemáticos um pouco superiores aos das mulheres. De acordo com o levantamento, enquanto os homens acertaram 21,9% das 36 questões apresentadas, as mulheres acertaram 20,1%. Entre as pessoas com até a 3ª série do ensino fundamental o acerto foi de 14,8 para os homens e 12,1 para as mulheres. Da 4ª série a 7ª séria a proporção é de 21,6% para nos homens e 19% para as mulheres, enquanto para as pessoas com ensino fundamental completo e médio incompleto o acerto é de 25,1% para 22,6%. Já entre os entrevistados com pelo menos o ensino médio completo, o acerto é de 28,4 para os homens, contra 26,6 para as mulheres.

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