FILHOS NÃO SÃO COMPANHEIROS ÍNTIMOS.

É muito mais amplo e complexo do que julgar a maioria das pessoas. Mais tarde, os efeitos deste abuso tornam  muito difícil a jornada do co-dependente em direção à cura. O abuso sexual nem sempre é manifesto e óbvio, não é necessário que ocorra o contato físico para que seja efetivado. Mas mesmo que seja expresso de modo sutil e oculto, seus feitos sobre crianças são reais e destrutivos na vida e nos relacionamentos.
Quando os pais têm problemas para desfrutar intimidade e satisfazer necessidades mútuas, podem estabelecer um relacionamento abusivo com um dos filhos. Pedindo consciente ou inconscientemente que este supra suas necessidades de afeto ou relacionamento romântico.
Considero abuso os pais permitirem que os filhos durmam com eles, conduzidos a criança ao mundo íntimo que deveria pertencer somente aos pais.
Detecto com frequência esta conduta em família nas quais o pai é viciado e fica muito tempo fora bebendo, ou está sempre ausente por questões de trabalho. Independentemente do vicio, ele está fazendo algo longe da família e quase nunca está em casa para desfrutar intimidade com a mulher. Assim, a mãe se torna emocionalmente intima de um dos filhos, passando a usar esta criança como companheiro íntimo. Existem muitas dinâmicas de interação entre pais e filhos; duas crianças podem, por exemplo, ser arrastadas para o meio do casal, o pai fica com um dos filhos para si e a mãe fica com o outro.
A seguir, ilustro um quadro clínico: Família com filha única que dormiu na cama com o pai até aos 10 anos, enquanto sua mãe dormia no colchonete no mesmo quarto.
Nesta situação ambos estão de acordo com o relacionamento íntimo entre o casal e a criança, e os pais ficam satisfeito pelo fato de a filha estar desempenhando este papel na família. A função desta filha era mascarar a falta de desejo e intimidade deste casal.
Pais co-dependentes comumente têm esse tipo especial de relacionamento com uma filha única. Isto faz com que ela se sinta confusa, mas ao mesmo tempo poderosa. Ela é a figura central e a confidente da família.
Quando a mãe faz de sua filha uma confidente, queixando-se de sua infelicidade conjugal, inexplicavelmente a filha quando adulta passa a querer aliviar a dor, o medo e a raiva de outras pessoas, na esperança de acalmar esses sentimentos dentro de si. Sem contar que sua crença em relação ao casamento e aos relacionamento íntimos será abalada.
Escrito por Bety France.

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