TERAPIA COM DETENTOS NÃO DIMINUEM REINCIDÊNCIA PENITENCIÁRIA.

Um trabalho publicado na edição, mais atual revista Estudos de Psicologia, de Campinas SP, relata a aplicação de 10 sessões de terapia cognitivo-comportamental em detentos, visando à prevenção da reincidência penitenciária, desenvolvidas especificamente para a população prisional. O projeto, comandado por Fabiana Saffi e Francisco Lotufo Neto, teve a participação de 28 sujeitos, divididos em grupo controle (15 e 13 sujeitos, respectivamente), que foram avaliados antes e depois da intervenção. Não houve diferença significativa na reincidência. Apesar disso, a terapia cognitiva-comportamental reduziu o medo de avaliação negativa (principalmente entre os não reincidentes) e o escore na Escala de Estresse e Fuga Social, diz a publicação. Após um ano, os reincidentes apresentaram resultados mais baixos na Escala de Estresse e Fuga Social e uma tendência a apresentar escores mais elevados na Escala de Atitudes Disfuncionais.
Os autores consideram a necessidade de um estudo por período mais logo, pois há um desconforto inicial no processo de psicoterapia, que é rapidamente superado, e também o tempo certo para criar vínculos com o terapeuta, o que melhorou resultados e evita o abandono do tratamento. Infelizmente, para os participantes deste estudo não foi dado o tempo de superar este desconforto, ponderam Lotufo e Fabiana.
Esse tipo de estudo é mais adequado para os indivíduos de maior risco de reincidência, razão pela qual novos estudos precisam se concentrar nesse tipo de pessoa, ressaltam, ainda, os autores do projeto.
FONTE : Revista Psique n° 97

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